A poesia não serve pra nada.
Não serve pra comer
Nem pra beber.
Não serve pra vestir
Nem pra calçar.
A poesia não toca no rádio
Nem melhora a audiência da TV.
Não dá lucros,
Não paga impostos,
Não vence eleições,
Nem alucina os viciados.
A poesia é inútil,
A poesia é estéril,
A poesia não é isso nem aquilo,
Não ata nem desata,
Não fede nem cheira.
A poesia, senhores, é um absurdo!
Jorge
Você obrigou-me a entrar na loucura. No “non sense”. E para mim você declarou amor à poesia da forma que o Selton Melo diz: o impotante não é o falado. O inportante é você, por trás das palavras, dizer coisas profundas. Você quis diser que poesia não é um comércio? Não é uma industria? A poesia é uma “emoção forte que toca a emoção de cada um”. Para mim, parei, pensei e penso que você usou um contrário para confirmar o amor pela poesia. Manoel Malaguti
Os absurdos existem, para inquietar o homem, fazendo com que ele pense, reflita e questione, sobre as verdades estabelecidas da vida, que não são só poesias. Um abraço, Armando
Oi Stefano,
quis dizer algo que o Bill compreendeu. É isso mesmo. Há absurdos dos quais não podemos abrir mão, caso contrário, ficamos submersos em racionalidade mesquinha, sufocados por uma razão irracional.
A arte poética, entre outras, permite que voemos.
Obrigado ao Jorge, que propiciou o debate.
Um abraço.
Daniel Macedo
É, mas ela é boa pra mostrar os bons e os maus absurdos da vida! Tem uma diferença, né?
Aquele abraço!
Daniel, Desculpe a minha ignorância, mais o que você quis dizer com essa crônica?
abraço
Prezadíssimo Jorge
Seu texto me lembrou crônica de Roberto DaMatta em que ele, a partir de Nelson Rodrigues, citou passagem da obra do teatrólogo.
A “grã-fina do nariz de cadáver”, no estádio de futebol, perguntou ao seu milionário da vez: “quem é a bola?”
A pergunta é absurda, insólita, é verdade. Mas DaMatta, de maneira genial, retira-a do contexto e diz que “quem é a bola?” é a grande pergunta.
Em sua irracionalidade circular, indomável, defende DaMatta que ela, a bola, é que move o jogo. Toda a racionalidade do espetáculo futebolístico tenta dominar a absurda e indômita bola. Fora do contexto do futebol, a pergunta segue sua lindagem. Quando não se identifica a bola, a essência do espetáculo, do trabalho, da vida, perde-se o encanto.
A vida sem seus absurdos é sem sal. Viva a poesia! Em prosa ou em versos!
Forte abraço, Daniel Macedo
A poesia faz bem para a alma! E basta! (como dizem os italianos).