Ao longo de três décadas de atuação no jornalismo, principalmente como colunista, repórter e editor de cultura no jornal Estado de Minas (EM), entrevistei muitas personalidades do mundo artístico. Algumas famosas, outras nem tanto. Foram longas matérias, muitas das quais se perderiam no limbo, não fossem guardadas no meu arquivo pessoal.
Como escreveu certa vez o jornalista e escritor Humberto Werneck, “nada mais velho que o jornal de ontem”. Essa constatação foi o que me levou a reunir artigos da coluna Teatro Vivo na coletânea Teatro Mineiro – Entrevistas & críticas, publicada em 1984 pela Imprensa Oficial de Minas Gerais. Foi a minha estreia no mundo dos livros, há exatamente 40 anos.
Desde aquela época, cogitei publicar uma coletânea de entrevistas. Não apenas com personalidades das artes cênicas, mas também da música, da literatura, da televisão. Contudo, não foi fácil selecionar as principais matérias desse tipo, uma vez que perdi a conta de quantas fiz, algumas das quais nem tive o cuidado de guardar.
Salvas do limbo
O plano inicial era publicar um livro com esse material. Depois, pensei em incluí-lo no recém-lançado Travessia no tempo, numa possível segunda parte. Contudo, além de encarecer a edição, imaginei que poucos leitores se interessariam por entrevistas antigas, muitas das quais com gente morta. Daí me veio a ideia de salvar os bate-papos no link ENTREVISTAS, na barra de ferramentas do meu site.
Para tanto, contei com o luxuoso auxílio do amigo Luiz Dornelas, que há tempos cuida do meu sítio na Internet. Para organizar a coletânea, optei por 33 entrevistas no formato pingue-pongue (perguntas e respostas). A lista vai de Aldir Blanc a Tony Bellotto, passando por Plínio Marcos, Bibi Ferreira, José Saramago, John Updike, Cunha de Leiradella, Marcelo Rubens Paiva, Nara Leão, Miúcha, Paulo Gracindo e outros do mesmo calibre.
Acredito que cada uma dessas reportagens poderá dimensionar a importância do depoente na cena cultural da nossa era. Ressalto que muitas delas estão interligadas, uma vez que os personagens se conheceram e, em muitos casos, atuaram juntos em algum momento de suas vidas.
Para minha surpresa, tantos anos depois, boa parte desse conteúdo mantém-se atual, uma vez que o Brasil e o mundo mudaram bem menos do que gostaríamos nas últimas décadas. Torço para que o leitor tire proveito, refletindo sobre os temas abordados. Convido a todos para conferir o trabalho.
guardar as entrevistas feitas, pra mim, é projetar nosso passado pro futuro. e sem essa de narcisismo. se pedro álvares cabral tivesse sido entrevistado antes, quem sabe nosso brasil seria outro?
Imperdível.
Oi Jorge, excelente iniciativa meu amigo! Para construção do meu livro tive que recorrer, por exemplo, a entrevistas realizadas por Zuza, que foram de enorme importância para construção do meu texto. Com certeza, um serviço maravilhoso que você presta à cultura nacional. Afetuoso abraço!
Muito bom, meu brother. Resgatar a história real é essencial, para não vivemos mergulhados apenas em narrativas construídas por marketeiros e temos outras verdades para conhecermos.
Parabéns.
“O homem passa, a obra permanece”.
Os mortos seguem vivos em suas obras. E, certamente, você soube captar e perpetuar os contextos nos quais carreiras assaz importantes para o cenário cultural brasileiro foram criadas, nas palavras de quem deu vida a elas.
Ótima iniciativa.
O jornal de ontem fica velho. As ideias renovam-se, “reencarnam-se”. Para quem delas tem memória, e para quem personalidades e vivências são novidades. Muitas das quais atemporais.
Parabéns!
Que legal! Nada como guardar nosso portfólio. Bj
Otima matéria!
Excelente iniciativa. Lembro que li sua entrevista no jornal com ele, como também me lembro dele vendendo seus livros autografados lá na Praça 7, no quarteirão fechado da Rua Rio de Janeiro; aliás, você não tem um livro autografado dele para me arrumar?
Caro Alvim, livro autografado eu não empresto, não dou e não vendo. São mais de 100 nas minha estante.
Ótima iniciativa, Jorge!
Importante colaboração para a cultura brasileira. Parabéns!
A foto da matéria com você e o Plínio Marcos com uma samambaia parecendo uma aranha atrás da cabeça é sensacional!