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Incêndios na Amazônia

O Estado de Roraima é o mais castigado pelas queimadas, num mês de fevereiro atípico

Alguém precisa avisar à jovem Greta Thunberg e ao ator Leonardo de Caprio que a Amazônia está batendo recorde de incêndios em pleno mês de fevereiro. Aproveitem também para comunicar o fato à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e às Ongs ambientalistas que atuam na região sob o pretexto de proteger a floresta.

Se fosse no governo passado, a grita já teria sido dada com grande estardalhaço, ecoando na mídia em todo o mundo. Fato é que pouca coisa mudou no Norte desde a posse do presidente Lula. Depois que vários rios secaram e tempestades de areia encobriram Manaus no final do ano passado, ocorre agora uma série de incêndios atípicos no verão amazonense.

O alerta é do próprio Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia. Segundo reportagem de Fátima Koury, publicada pelo Estadão, um total de 2.924 focos de incêndio já foram identificados pelas imagens de satélite. Dados estatísticos revelam que as queimadas dispararam 286% só neste mês.

A culpa é do El Niño

Trata-se do maior número de focos de incêndio desde o início da série histórica, em 1999. Roraima é o Estado mais atingido, com as chamas avançando sobre áreas que seriam protegidas, entre elas as unidades de conservação ou indígenas. O problema é tamanho que a fumaça encobre várias estradas e parte da capital, Boa Vista.

Duas bases de brigadistas atuam no Parque Nacional do Viruá e na Floresta Nacional de Roraima, contando com apoio de dois (isso mesmo, apenas dois!) helicópteros do Ibama. Na Floresta Nacional, o problema começou em pleno Carnaval, com as chamas atingindo inclusive a Terra Indígena Yanomami, alcançando mais de 24 mil hectares. Com isso, o drama dos yanomamis se agrava, embora sem a devida cobertura da imprensa.

Desta vez, a culpa das queimadas é atribuída aos efeitos do El Niño na região – cuja estiagem tem sido agravada pelo fenômeno climático. Na verdade, a realidade na Amazônia tem piorado a cada ano, sob a quase indiferença dos governos estaduais e federal. Haja vista a escalada do crime organizado em vários municípios, fato este várias vezes denunciado pelo ex-ministro da Defesa, Aldo Rebelo, que conhece de perto a realidade local.

6 comentários em “Incêndios na Amazônia”

  1. Cassio Tiso de Melo

    A situação da Amazônia é alarmante, e sempre será alarmante. As ONGs, dezenas ou centenas estão a serviço dos lucros possíveis, sendo que os governos estaduais e federal, pouco faz, ou que fazer alguma coisa. O importante é o dinheiro, e os prejuízos ecológicos podem ir para a casa do carvalho.

  2. Jorge, você foi cirúrgico.

    Enquanto houver o romantismo-ideológico para retratar os problemas climáticos, a narrativa será fantasiosa sem a objetividade que o tema merece.
    Acrescento também os órgãos da ONU para o meio-ambiente que foram sequestrados por apologistas ambientais de esquerda.

  3. E a estratégia da narrativa objetivando a distorção dos fatos sempre usada pelos crápulas dos palácios, segue imperando sob o manto protetor da nossa imprensa marrom, tal e qual aquela substância na qual ninguém, em sã consciência quer pisar e, coincidentemente, tem a mesma coloração.

  4. Augusto Carlos Duarte

    Lamento dizer que todos sabem sobre o que vem ocorrendo e quem são os responsáveis.
    Mas Casablanca, quem diria, acabou na Amazônia.
    O célebre filme “Casablanca”, estrelado por Ingrid Bergman (ladies first) e Humphrey Bogart, termina com duas frases icônicas, ditas pelo amoral chefe de polícia, vivido pelo ator Claude Rains:
    – Prendam os suspeitos de sempre. (E ele presenciou o oficial alemão ser assassinado e sabia quem era o assassino): o homem a quem dera o braço (Rick Baine, interpretado por Bogart), e cinicamente completada com:
    – Este é o início de uma bela amizade.
    Os culpados (a estes nem é dada a conotação de “suspeitos”) de sempre serão acusados.
    Se bobear, será dito que a transposição do São Francisco tirou a água que deveria ser usada para apagar os incêndios na Amazônia. Além de ter deixado uma baleia jubarte sem água para nadar.
    Tudo muito natural, plausível, verídico e real.
    Para os “red parrots” voejantes, obviamente.
    Em aviões da FAB?
    Talvez. Muda-se de Força Aérea Brasileira para Fauna Ambiental Brasileira e tem-se “o novo normal”.
    Normal.

  5. Sebastiao Francisco Silva Santos

    Parabéns e ótima em sua colocação de um tema de grande importância, além de todos estes problemas hoje vi uma publicação que mostra que serão cortadas 63 Árvores em volta no nosso estádio de futebol Mineirão para um evento que ocorrerá de Stok-Car. É a banana comendo o macaco simplesmente um absurdo, tomara que os ambientalistas intervenham.

    1. Muito triste,mas não dá pra reparar em pouco tempo a destruição dos últimos anos que desmontou praticamente o pouco que tínhamos. Sem ajuda externa é impossível melhorar a situação. A abertura é necessária sem perder a soberania. O planeta é um só. Abraço

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