Jorge Fernando dos Santos

logo - Jorge Fernando dos Santos

Lula, o antiáguia de Haia

Prisioneiros libertados de campo de concentração (Acervo do Muzeum Auschwitz-Birkenau)

Ninguém de boa fé há de discordar da ideia de se criar um estado palestino. Além de justa, tal medida seria fundamental para pacificar o Oriente Médio. Contudo, acusar Israel de praticar genocídio na Faixa de Gaza, sobretudo depois do ataque covarde do Hamas a israelenses e turistas inocentes durante um festival de música, parece, no mínimo, má fé.

Devido às falas irresponsáveis do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua viagem pela África, que comparou a política de defesa israelense ao Holocausto dos nazistas, o serviço diplomático israelense chamará às falas o embaixador brasileiro em Tel Aviv, nesta segunda-feira (19/2).

Conforme noticiado pela imprensa em todo o mundo, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou neste fim de semana que Lula “cruzou a linha vermelha”. A Confederação Israelita do Brasil (Conib), por sua vez, classificou as falas do presidente brasileiro como uma “distorção perversa da realidade”.

Pelo andar da carruagem, corremos o risco de um rompimento das relações diplomáticas entre Brasil e Israel, caso o nosso mandatário não se retrate e siga insistindo nas declarações desastrosas, fora de propósito e alheias à realidade do Oriente Médio. Qual uma antiáguia de Haia, Lula só fez jogar mais lenha numa fogueira que parece longe de ser apagada.

Desrespeito aos judeus

Comparar os possíveis excessos cometidos pelo governo israelense na Faixa de Gaza à política de extermínio implementada pelo estado nazista alemão antes e durante a Segunda Guerra é, de fato, uma irresponsabilidade que desrespeita o povo judeu. Declaração carregada de antissemitismo, sentimento este que deveria ser combatido em nome da própria humanidade.

Vale lembrar que Lula, quando era líder sindical, elogiou Hitler e Khomeini numa entrevista concedia à revista Playboy, publicada em julho de 1979. Quem duvidar, que pesquise no Google ou leia no livro Lula – Luís Inácio da Silva – Entrevistas e Discursos publicado pela ABCD, em 1980, cujo exemplar autografado por ele ainda guardo em minha modesta biblioteca.

Hitler, como todo mundo sabe, eliminou milhões de judeus, ciganos, negros e homossexuais nos famigerados campos de concentração que integravam sua fábrica da morte. O projeto fazia parte da chamada Solução Final, política de extermínio das minorias implementada pelo Terceiro Reich. Já o aiatolá Khomeini foi quem transformou o Irã na teocracia fundamentalista, misógina e homofóbica que o próprio Lula integrou recentemente aos Brics.

Um flerte antissemita

Há que se lamentar esse flerte do presidente brasileiro com regimes antissemitas, que perseguem não apenas judeus, como também as chamadas minorias. Há também que se lembrar que Israel é o único estado realmente democrático do Oriente Médio. Basta dizer, para quem não sabe, que lá se realiza, há vários anos, a maior parada do orgulho LGBT de todo o mundo. Parada que até hoje é proibida na Rússia, em Cuba e nos países islâmicos.

O governo iraniano continua perseguindo mulheres e gays, que perigam ser mortos por apedrejamento em praça pública, caso desafiem os princípios e as normas fundamentalistas do Islam. O Irã dá suporte ao grupo terrorista Hamas, que só venceu uma eleição na Faixa de Gaza e, desde então, tem usado os palestinos como escudo da mesma forma que as organizações criminosas agem nas favelas brasileiras.

Por falar nisso, o poder de tais organizações tem crescido a olhos vistos principalmente na Amazônia e em parte do Nordeste. Basta lembrar a fuga recente de dois detentos de um presídio de segurança máxima no Rio Grande do Norte. Em vez de pacificar o Brasil, como prometeu em sua campanha eleitoral, Lula se empenha na questão palestina. Seu objetivo, na verdade, é apenas ganhar o Prêmio Nobel da Paz. No entanto, quanto mais fala, mais parece se distanciar desse intento. Oswaldo Aranha e Ruy Barbosa devem estar rolando em seus túmulos.

9 comentários em “Lula, o antiáguia de Haia”

  1. Cassio Tiso de Melo

    Lula não tem importância no cenário mundial, na politica mundial. Mas este ser sem importância, foi capaz de irritar um pais e outros também, com a fala nazista. Vai implodir por conta própria.

  2. Jorge, excelente artigo.
    Estamos no meio de uma guerra cultural.
    Desde o seu primeiro mandato, o presidente Lula recebeu alguns dos presidentes de outros país mais belicosos à cultura ocidental, tais como, Mahmoud Ahmadinejad (Irã), Muammar Gaddafi (Líbia e União Africana), Fidel Castro (cuba), dentre outros.
    Todos esses têm em comum o ódio à Israel, o único país que pratica a cultura ocidental na região.

  3. Jose Roberto de Alvarenga

    Quando ele sai do “script ” e fala de improviso, pode esperar que sai asneira.
    Como a sutileza de um elefante numa loja de louças vai destruindo com as patas o que muitos levaram anos para construir.
    Lastimável!

  4. Augusto Carlos Duarte

    Texto extremamente diplomático.
    Lula é o abutre(-mor) da vexatória laia.
    Há horas em que ele dá a impressão de emitir sandices visando o “fale mal, mas fale de mim”.
    Mas o que prevalece é o Dom (da) Chacota: o “cumpanhêro” da Triste Firula.
    O “mandatário” é uma realidade cada vez mais distanciado da realidade.
    Hoje, o que ele fala é levado tão a sério quanto as falas da “presidenta”.
    Mas o mundo sabe que ele não representa o pensamento, palavras e atos (as omissões são exclusivas da ala “progressista”) do Brasil real e sério.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima