Na porta do fliperama
dorme o menino de rua,
a vida não é brincadeira.
Na porta da floricultura
dorme a velha sem casa,
a vida não é o mar de rosas.
Na porta da confeitaria
dorme a menina doente,
a vida não é doce.
Na porta da igreja vazia
dorme o jovem drogado,
a vida não é um milagre.
Na porta do restaurante
dorme o velho faminto,
a vida não é sopa.
Na porta da Santa Casa
dorme o mendigo bêbado,
a vida não é uma festa.
Na porta da loja de noivas,
dorme a moça solteira,
a vida não é um sonho.
Na porta da fábrica de carros
dorme o desempregado,
a vida não tem direção.
Na porta do cemitério
dorme o guarda-noturno,
a vida é parceira da morte.
Jorge:
Copiei o poema, porque adorei. Você disse o que a gente não quer ouvir, mas viver é preciso! Ou será navegar?
Abraço,
Cristina
E nas portas dos teatros vazios,
Dormem os fantasmas do público.
A vida, meu caro, foi apenas um ato.
Belo poema e belo texto sobre o Vandré.
Abs. PP
Muito legal o comentário sobre o Vandré. Faz tempo que não ouvia falar dele, cuja música foi a trilha sonora de boa parte da minha (e de muita gente) juventude.
Abraços,
Amei o poema, Jorginho! estou repassando. bjs.