Domingo (25/6) foi um dia especial para os amigos e admiradores do escritor e jornalista Roberto Drummond. A convite de Breno Milagres e Alexandre Salles, boa parte da turma se reuniu no restaurante Gujoreba, coração da Savassi, para celebrar a vida e a obra do saudoso amigo. Lá compareceram jornalistas, radialistas, músicos e escritores. Apesar do frio, prevaleceu o calor humano.
Cada qual, a seu modo, lembrou a pessoa e o autor de livros consagrados, como A morte de DJ em Paris e O cheiro de Deus. Isabela Teixeira da Costa, por exemplo, recordou a viagem que fizeram juntos a Juiz de Fora, quando tinha 19 anos. Os hotéis da cidade estavam lotados e ambos tiveram que dividir a cama, traçando no meio o que ela chamou de “novo Tratado de Tordesilhas”. Apesar da fama de mulherengo, Roberto foi cavalheiro e a virgem beldade sobreviveu incólume.
Contraparente de Roberto, Ivan Drummond lembrou de como seu pai (Felipe Drummond) deu ao jovem recém-formado a primeira oportunidade no ramo jornalístico, no qual ele não demoraria a se destacar. Isso já como repórter de O Binômio, quando sua matéria denunciando o tráfico de escravos no Norte de Minas virou notícia na revista Time.
Arnaldo Viana, por sua vez, discorreu sobre a promessa que Roberto lhe fizera, caso fechasse contrato com a Rede Globo para a realização da minissérie Hilda Furacão. Comprometeu-se em pagar uma rodada de champanha para a equipe esportiva do Estado de Minas, para comemorar. Contrato assinado, o autor fez jus à fama de pão-duro, presenteando o colega com uma garrafinha de champanhota daquelas que eram servidas em voos internacionais.
Profeta pop
E assim as histórias se sucederam, entrecortadas por atrações musicais como Sérgio Moreira, Selma Carvalho, Alexandre Salles, Eduardo Filizzola, Fernando Ângelo, Sílvio Scalioni e Mirtes Helena. Esta, inclusive, citou detalhes da demissão de Roberto por um editor do Estado de Minas pelo simples fato de ter deixado passar o nome e a foto de uma persona non grata na coluna social de Eduardo Curi. Depois de quase uma década escrevendo para o Hoje em Dia, ele voltaria glorioso às páginas do EM.
O radialista Tuti Maravilha e o ex-jogador Reinaldo, eterno “rei” da torcida atleticana, se emocionaram ao ler crônicas com as quais Roberto os homenageou. Também do ramo esportivo, Alberto Rodrigues falou da sua admiração pelo cronista. Já Eduardo Costa contou como conheceu Roberto durante uma reportagem no Hotel Brilhante, em plena zona boêmia da Lagoinha.
Não menos emocionados, Carlos Felipe Horta e Carlos Herculano Lopes também lembraram o amigo. O primeiro distribuiu cópias de um depoimento do mesmo em CD, enquanto o segundo recordou o último dia de vida do colega escritor, que em 21 de junho de 2002 chegou doente à redação do jornal para entregar ao editor a crônica do dia seguinte. Encaminhado ao médico Luiz Otávio Savassi, Roberto recebeu o diagnóstico de enfarto, foi internado numa UTI, mas não resistiu.
Robert Francis Drummond morreu de madrugada, na hora do jogo entre Brasil e Inglaterra pela Copa do Mundo da Coreia e do Japão. Na minha fala, lembrei o que me disseram no dia do seu enterro. Motivo de piada devido ao pânico de avião, o supersticioso escritor – que andava com uma oração de Nossa Senhora na carteira – declinou do convite do jornal para integrar a equipe que cobriria a Copa. Além de escritor talentoso, o “papa” da literatura pop brasileira revelou-se profeta, ao confessar que seu medo maior era morrer longe de casa.
Que maravilha mais esta homenagem o nosso Roberto. Com a magia das palavras do queridíssimo Jorge Fernando. Um grande abraço meu querido amigo!
Belo texto e emocionante homenagem. Obrigada Jorge Fernando por registrar nossos momentos de oura emoção! Roberto Drummond iluminou nossas vidas com sua humanidade calorosa e afeto genuíno. Inesquecível! Abraço grande da poeta Beth Fleury
Bela matéria sobre um evento memorável, homenagem muito necessária a um grande mineiro. Felizmente tive a honra de ser convidado e o privilégio de participar, cantando uma das minhas composições, e pude conhecer mais sobre esse personagem que tanto orgulha o nosso estado.
Sem dúvida, uma excelente homenagem ao escritor e jornalista Roberto Drummond. Guardo boas lembranças dele, tanto quando morei em BH e, mesmo quando ele participava dos eventos literários pelo interior de Minas Gerais. a última vez que vi Roberto foi num congresso literário na cidade de Cruzília.
Uma síntese bem feita sobre este encontro em homenagem ao grande escritor Roberto Drummond! Eu, como admirador da sua obra e vida, não pude deixar de comparecer e, grata surpresa, encontrei amigos que não via há 50 anos e que de alguma forma fizeram parte da vida e da rotina do homenageado.
👏👏👏
A frase “se houver uma camisa preta e branca no varal, o atleticano torce contra o vento” é digna das mitologias gregas, quando os mortais desafiavam os deuses do Olimpo. Por isso, Roberto Drummond é imortalizado.
Belíssima matéria, e ainda mais belo assunto. Que mais posso dizer, a não ser que gostaria de ter participado dessa homenagem muito mais do que merecida? Grande Roberto Drummond!
Gratidão Jorge Fernando dos Santos pelo relato, testemunho, dessa sinergia, que foi “Celebrando Roberto Drummond”.
Bela homenagem!!!
Muito feliz essa homenagem ao nosso querido amigo. Ótimo texto, Jorge! Sinto muita falta do Roberto, das nossas conversas que na sua última década de vida eram muito frequentes. Nos falamos no dia em que ele partiu! Quando me chegou a notícia, ainda no meio da partida, não pude acreditar! Liguei pra casa dele duvidando da informação. Em abril estive em BH, e ele mais uma vez me pediu pra levar uma vitamina que usava na época. Me dizia que seu médico afirmou que ele tinha “coração de menino”. Mal sabia eu que aquela seria a última vez que o veria com vida.
Parabéns Jorge pelas recordações que me trazem. Convivi muito próximo do Roberto Drummond e vi quanto era inteligente e excepcional jornalista e pessoa. Vc está no mesmo diapasão. Continue nos brindando assim meu irmão. Abraços.
Que bela homenagem! Roberto Drummond sempre lembrado!
Mais uma vez perdi a oportunidade de participar desse momento tão especial. Além de tudo que você escreveu e as declarações de tantas pessoas, Roberto era amigo dos professores. Sempre disposto a visitar as escolas e dividir com os alunpos e professores a literatura que brotava da alma de um poeta.
Adorei! Sempre terei boas lembranças desse grande escritor, seja por seus romances, seja por sua simpatia.
Jorge Fernando, Guanhães, também terra de Drummond, te agradece muito pela presença e amizade!
Guanhães esteve representada pelos irmãos Celso e Juarez Moreira.
Deu pra conhecer um pouco a importância do Roberto Drumond nas terras mineiras . Parabéns Pelo texto e parabéns Alexandre Salles pela iniciativa de prestar essa homenagem.
Belíssimo encontro, Roberto permanecerá em nossa memória e coração, parabéns Jorge Fernando pela publicação .
Bacanérrimo seu texto, JFS! Deu vontade de estar com vocês.
Jorge Fernando, com o seu talento e conhecimento habitual, reacende a chama da saudade desse escritor e jornalista tão interessante e sensacional. Além de Atleticano, claro.
Parabéns Jorge!
Faz falta, o Roberto Drummond. Alma generosa, mineiridade a flor da pele. Justa homenagem.
Muito bacana o texto, e a celebração ao querido amigo e grande escritor e jornalista, que foi Roberto Drummond. O encontro no domingo na Savassi, foi memorável. Parabéns.
Ahhh. Deu pra conhecê-lo um pouquinho mais através de seu texto. Obrigada Jorge. Bj
Muito legal. Roberto Drummond era um gênio.. grande perda.. e a matéria do Jorge tá muito legal.. parabéns