Jorge Fernando dos Santos

O terrorismo do Hamas

Há exatamente 50 anos, o Estado de Israel enfrentou sírios e egípcios na Guerra do Yom Kippur

O conflito entre Israel e o Hamas tem vários aspectos que fogem à compreensão dos leigos. Suas raízes antecedem até mesmo o Holocausto, quando milhões de judeus e outras minorias foram dizimados pelos nazistas na Europa. Contudo, se até agora o governo brasileiro seguia a linha adotada pela ONU de não considerar o grupo palestino como terrorista, isso tem que mudar.

Como não considerar terroristas aqueles que atacam um festival de música sem aviso ou motivo? Como considerar o Hamas uma entidade política, depois que seus integrantes sequestraram, estupraram e mataram civis desarmados? Como legitimar sua causa, depois que degolaram bebês e assassinaram famílias em seus próprios lares? Se isso não for terrorismo, não dá para saber o que é.

É uma lástima e uma vergonha a posição frouxa do Brasil no que diz respeito ao novo conflito. E tudo isso no momento em que Israel vinha costurando acordos com países árabes, no sentido de garantir seus interesses e aliviar tensões na região. Se o governo conservador de Benjamin Netanyahu trata mal os palestinos, isso não justifica que um grupo radical atrapalhe de forma desumana e violenta as conversações de paz.

Por um Estado palestino

De fato, é um absurdo que até hoje o mundo não tenha concedido aos palestinos o direito de constituir um país. Mas defender a tese de que o Hamas fala e age em nome desse povo é o mesmo que acreditar que o crime organizado representa moradores dos morros cariocas. Celso Amorim, Lula e parte da nossa imprensa precisam admitir publicamente que o Hamas é (SIM!) uma organização terrorista, cuja ação covarde lembra o modus operandi dos esquadrões da SS de Hitler.

Mas não sejamos otimistas! Quando as coisas se acalmarem, tudo voltará ao que era. Pelo menos sob a perspectiva daqueles que não consideram Nicolás Maduro um ditador; que vacilam entre as razões de Putin e Zelensky na invasão da Ucrânia pela Rússia e que, até agora, jamais criticaram as ações violentas de Daniel Ortega na Nicarágua. Também não devemos nos esquecer do asilo político concedido ao brigadista Cesare Battisti, condenado por vários assassinatos na Itália.

Voltando ao tema, o atual conflito teve início um dia depois do cinquentenário da Guerra do Yom Kippur, que resultou da tentativa de invasão do país judaico pelos exércitos da Síria e do Egito. Os combates duraram de 6 a 26 de outubro de 1973 e são o tema central do filme Golda – A mulher de uma nação, brilhantemente estrelado por Helen Mirren. Assim como hoje, também daquela vez Israel lutou bravamente para continuar existindo.

Agora, no entanto, há que se questionar a falha nos serviços de informação de Israel, que não alertaram sobre o ataque antes que acontecesse. Tudo indica que foi o dedo podre do Irã que apertou o detonador com claras intenções de solapar a aproximação entre judeus e árabes. Portanto, vale perguntar se o Estado fundamentalista dos aiatolás (misóginos e homofóbicos assumidos) tem mesmo condições de integrar os BRICS, como festejou Lula na última reunião do grupo.

10 comentários em “O terrorismo do Hamas”

  1. José Renato Esteves

    Meu Amigo, o Hamas é mesmo um grupo terrorista, que nao representa o inexistente, covardemente não aceito, Estado e Povo Palestino, mas não dizer nada sobre as ações terrorista, criminosas, covardes de Israel enfraquece o texto. Fraqueza do atual governo brasileiro? Não chanaria disso falando de alguém que desde outros anos, mandatos anteriores, vem lutando pela Paz na região, se mantendo firme nessa posição. Abraço

  2. Mesmo na guerra há regras e leis. Neste caso do Hamas, não é uma guerra, mas um ato terrorista dos mais medonhos. E tem brasileiro que apoia.

  3. Maurício Santiago de Almeida Filho

    O Hamas é monstruoso, mas a reação de Israel parece descalibrada. Estamos vendo agora continuamente o horror em Gaza. Isso não ajuda a posição de Israel, que inicialmente tinha toda a simpatia pela barbárie de que foi vítima. Não tenho dúvida de que a melhor situação seria a derrota do Hamas e a ascensão de um grupo mais civilizado. Mas Israel, em sua reação, parece que está pegando pesado demais.

  4. Rivaldavio Santos

    O Brasil é de paz, o governo também, o continente sul americano é a melhor terra do mundo. Temos que volver os nossos olhos sobre ela no sentido de torna-la mais forte perante o mundo. Seremos o socorro de nações no futuro. Temos o futuro nas mãos. É mais prudente nesta hora conturbada e assustadora o silêncio por enquanto…

  5. Augusto Carlos Duarte

    Texto corajoso. Diametralmente oposto às posturas (o termo é proposital, pois era como se chamava a ração pra pintos, na minha infância) dos por você elencados no texto.
    Vejo o Hamas como “monster”: “monsterrorista”.
    O nível de sadismo é diretamente proporcional ao da covardia. De seus agentes e de seus simpatizantes.
    O governo brasileiro apequena-se cada dia mais. A figura do “anão diplomático” é uma ofensa a quem tem nanismo: o governo brasileiro mostra-se microscópico.
    Nada mais diverso do jeito brasileiro de ser do que o silêncio ante choros e gritos desesperados.
    Páginas vergonhosas têm sido escritas. E duvido que os próprios palestinos (a menos que sob ameaça) concordem com tais ações. Ou mesmo sintam-se seguros sob o controle de um grupo assim.

  6. Toda violência, brutalidade, venha de onde vier, tem de ser rechaçada, condenada.
    Toda injustiça idem.
    Os palestinos merecem seu torrão.
    Guerra não funciona, semeia ódio.
    Boa a sua análise, abraços.

  7. Perfeita análise e conclusão/ questão: a entrada do Irã nos BRICS será a pá de cal nesse ajuntamento esquisito. Talvez já seja a senha para a saída da Índia, o país mais populoso do mundo.

    Enfim, nosso povo e nossa nação foram constituídas sobre as bases da moral judaico cristã. O PT quer destruir esse enraizamento cultural, para facilitar a sua sanha autoritária.

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