Jorge Fernando dos Santos

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Palavra doida,
Palavra doída.
A pá lavra na lida.

Horizonte vasto!
O boi vê na paisagem
Apenas o pasto.

O ipê distraído
Pinta de amarelo
A grama do parque.

Show de harmonia.
Equilibrista na pauta
Faz a melodia.

Quem de fato ama
Ignora a diferença
Entre o chão e a cama.

Uteruniverso:
A divindade é mulher,
Musa do meu verso.

Espelho quebrado:
O monstro ali refletido
Sou eu do outro lado.

Creia, se puder:
O Cupido apaixonado
Flechou o próprio pé.

Eros, deus menino:
Coração é um brinquedo
Nas mãos do destino.

Eis a questão:
Ou o cão abana o rabo
Ou o rabo abana o cão.

A vida não falha,
Desliza feito uma lesma
No fio da navalha.

A vida me pasma.
Vago nas águas do tempo:
Navio fantasma.

A imagem não mente.
Borboleta foi lagarta
E a flor, semente.

Vida é movimento,
Água boa em cachoeira
No rio do tempo.

Último haicai:
No harakiri sem palavras,
Morre o samurai.

Poemas

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