Ao escrever um resumo biográfico para a orelha da edição argentina do meu romance Palmeira Seca (a ser lançada em abril, pela Caravana Editorial), descubro que já faz 40 anos que estreei no mundo das letras. Lá se vão quatro décadas redondas, quem diria?, período no qual publiquei 50 livros em diversos gêneros. O mais recente é o Cordel da MPB, que marca meu retorno à Editora Lê.
Eu era colunista de artes cênicas no Estado de Minas, em 1984, quando publiquei a coletânea Teatro Mineiro – Entrevistas & Críticas. Naquele tempo, o mundo era outro. Não havia tecnologia digital e o livro foi montado em linotipia, na Imprensa Oficial, com total apoio do presidente da casa, o escritor Murilo Rubião. A diagramação foi feita pelo amigo Clajá e a foto de capa, por Fernando Rabelo.
Não havia leis de incentivo e tampouco eu tinha recursos para custear a edição. Murilo deu-me um bom desconto e consegui o patrocínio da Associação dos Economiários Federais de Minas Gerais para cobrir os custos. A entidade era presidida por Ana Maria Bittencourt Vianna, de quem eu me tornaria assessor de imprensa.
Teatro Mineiro não foi apenas meu primeiro livro editado, como também o primeiro a documentar a trajetória das artes cênicas em Belo Horizonte. Em 1993, eu ampliaria o leque com o livro BH em Cena – Teatro, televisão, ópera e dança na Belo Horizonte centenária, lançado pela Livraria Del Rey Editora com uma bela capa de Alexandre Coelho.
Arquivos embolorados
Sempre que escrevia uma crítica de espetáculo ou entrevistava um artista local, eu me deparava com a dificuldade em encontrar informações para escrever o lide da matéria. A não ser pelos arquivos embolorados do jornal, quase não havia material disponível sobre as artes cênicas em Minas Gerais.
Exatamente por isso, senti-me motivado a publicar o primeiro livro, no qual reuni parte do material que havia publicado na coluna Teatro Vivo. O lançamento ocorreu no Museu de Arte da Pampulha, durante a cerimônia de entrega do Troféu João Ceschiatti da Associação Mineira de Críticos Teatrais, entidade fundada e presidida pela jornalista e atriz Magda Lenard.
Como eu já disse, o mundo era outro. A repercussão foi muito acima do que eu esperava. Os jornais locais noticiaram o lançamento com grande destaque. Ainda guardo as reportagens publicadas no Estado de Minas, Diário da Tarde, Jornal de Casa, Jornal de Minas e outros periódicos. A recém-inaugurada Rede Minas também noticiou.
Lembro-me da generosidade de escritores famosos que me parabenizaram pela estreia literária. Nomes como Roberto Drummond, Oswaldo França Júnior, Carlos Drummond de Andrade, Jorge Amado, Cunha de Leiradella e muitos outros. Nomes do teatro também me apoiaram, entre eles os saudosos João Etienne Filho, Pontes de Paula Lima, Otávio Cardoso, Elvécio Guimarães e Haydée Bittencourt.
Um sonho de criança
Fico imaginando como seria publicar o primeiro livro no mundo de hoje. Aparentemente, as facilidades são muitas. Ficou mais barato, existem leis de incentivo, redes sociais e muitos canais de divulgação. Contudo, as relações se deterioram. Quem não fizer parte da panelinha ou rezar sob determinada cartilha ideológica, certamente terá sérias dificuldades.
Não que eu seja saudosista ou indiferente ao progresso. Lutei muito para realizar meu sonho de criança, que era justamente me tornar escritor. Sabia desde o início que não seria fácil para o filho de um marceneiro, principalmente por vivermos num país com baixos índices de leitura e um péssimo sistema educacional.
Apesar disso, posso dizer (como César) que “vim, vi e venci”. Há 40 anos vivo da escrita, como escritor ou jornalista. Tudo o que tenho eu devo à arte das palavras. No entanto, com a mudança de paradigmas na comunicação e a excessiva politização dos meios, não sei se teria fôlego no atual cenário. Hoje, para se dar bem no mundo do livros e das artes em geral, é preciso ser politicamente correto ou hipocritamente simpático. Como diria Millôr Fernandes, “livre pensar é só pensar”.
Caro Jorge,
parabéns pelas 4 décadas de escrita. Concordo com você. Hoje é muito mais difícil arrancar do nada no mundo da escrita. A picaretagem impera.
Forte abraço
Giffoni
Jorge, parabéns pelos 40 anos dedicados às histórias e às reflexões que deixa no papel e nas telas.
Obrigada pelo olhar atento e afetuoso com que escreve sobre o cotidiano e as pessoas, como aquele artigo sobre “O menino Leo e o Poeta Noel” Lembra-se? Foi uma vitrine para mim.
Sei que você ainda tem muito o que dizer. Com doçura ou com acidez necessárias…Vá em frente!
As palavras são pra quem precisa delas, adaptando um tiquinho o diálogo entre o Carteiro e o Poeta.
Sucesso sempre.
Abraço grande da Neusa Sorrrenti
Jorge, parabéns pelos 40 anos de literatura. A figura do crítico de teatro faz falta.
Quem sabe você não anima e volta a escrever sobre o teatro? Sua bagagem o diferencia.
grande abraço,
jair raso
Grande trajetória. Escrevendo em tantas frentes – crítica, ficção, jornalismo, biografia, letra de música -, Jorge Fernando dos Santos merece ser chamado de polígrafo – termo que hoje se aplica a poucos. Escrevendo, criando e pensando com brilho, Jorge ainda tem muita estrada pela frente. Parabéns, amigo.
Parabéns, Jorge. Os livros são os filhos queridos de um escritor. O primogênito é sempre especial.
Caro Jorge,
Parabéns pela bela trajetória. Como romancista, cronista e repórter. Sou muito, muito grato. Jamais me esquecerei que você foi o primeiro jornalista a escrever uma matéria sobre meu livro “metropolitano alocado”. Sempre torço pelo seu sucesso.
Abraço, querido. Vida longa.
Parabéns pela obra e a construção de todo o trabalho literário.
Parabéns, Jorge Fernando, pela “teimosia” em trilhar as difíceis veredas da escrita. Escrever, para quem tem o dom, é fácil, difícil é publicar. E, quase impossível, viver do que se escreve em um país de tão escassos leitores. Mas você conseguiu essa proeza.
Tenho 78 anos. Em outros anos tive uma boa convivência com intelectuais em Belo Horizonte. Colaborei escrevendo para o jornal Estado de Minas; publiquei poemas e artigos literários no Suplemento Literário do Minas Gerais. Em resumo, entre os anos de 1965 e até hoje acompanho o que em Minas se produz nos diversos setores da arte e cultura. E – posso dizer – há anos acompanho o trabalho sério e importante do jornalista e escritor Jorge Fernando dos Santos. Sucesso sempre, prezado Jorge Fernando.
Jorge, vc merece toda a minha admiração; teve coragem de fazer de sua arte seu sustento e sua vida. Me marcou muito aquele livro do JK, eu vivi lá um tempo e sua prosa meio sem tempo certo, abraço
PARABÉNS, EU TINHA QUASE TODOS SEUS LIVROS, INCLUSIVE ESSE SOBRE O TEATRO
MINEIRO, QUE A ENCHENTE LEVOU. E VC FOI O RESPONSÁVAL POR ENVIAR O SEBASTIÃO FAZER UMA ÓTIMA REPORTAGEM SOBRE A ENCHENTE EM SABARÁ, QUE SAIU NA PRIMEIRA PÁGINA DO ESTADO DE MINAS.
DE TODOS SEUS LIVROS, TENHO UMA QUEDA ESPECIAL PELO SUMIDOURO DAS ALMAS
ABRAÇOS
CAIO J. MACIEL
Parabéns, Jorge Fernando! Uma bela trajetória jornalística que tive a alegria de testemunhar e que desaguou em ótimos livros! VIVA!
Querido amigo, parabéns! Sonho realizado é resultado de dedicação e amor . Permaneça você faz diferença… abraços literários..
Parabéns!
E, como dizem que “a vida começa aos 40”, que as próximas quatro décadas sejam mais exitosas ainda!
Meu irmão Jorge “não há esforço sem glória nem luta sem vitória”. Parabéns pelos 40 anos de vida literária plena, nos brindando com belos textos e livros.
Excelente, querido Jorge! Linda a sua trajetória. Parabéns! Abração!!
Parabéns, caro escritor Jorge Fernando, pelos seus 40 anos de vida literária. Você é um verdadeiro lutador. Grande abraço do Pedro Rogério Moreira
Bravo querido Jorge.
Testemunhei boa parte deste trajeto.
Parabéns
Parabéns pela brilhante trajetória, Jorge! Sua colaboração com as artes e a cultura em Minas e no país , é de grande relevância !
Espero continuar acompanhando o seu talento no difícil trato com a arte da palavra.
PARABENS JORGE.MUITO SIGNIFICANTE SUA TRAJETÓRIA ,BONITA,PROBA
ELUCIDATIVA…
Jorge, esperemos que el lanzamiento de tu nueva obra sea todo un éxito y más al ser traducida al español, idioma hablado por muchas personas en diferentes áreas del globo terrestre.
Éxitos…
Salve Jorge !
Muito boa suas “recordações de um escritor”
Destaco
“Hoje, para se dar bem no mundo do livros, é preciso ser politicamente correto ou hipocritamente simpático”
Gostaria de estar com meu site pronto (estou restaurando) para publicá-lo lá
Abs
Brito
Muito bom Jorge. Parabéns pela obra
Parabéns Jorge Fernando pelos 40 anos de carreira literária. É uma jornada.
E eu me lembro do “Teatro Mineiro”.
Amigão,
Adorei teu texto. Me fez mergulhar no melhor do meu passado. Belo Horizonte, Bêagá, pros íntimos.
E eu me considero íntimo de cês ambos!
Jorge Fernando, parabéns pelo trabalho com as letras. A ficção é um jeito peculiar de dizer o real. Um abraço e saúde, para que mais obras venham.
Caro Vecchio,
Você é o “cara”. Parabéns por estas décadas de explosões literárias.
Que a inspiração continue te encontrando por mais e mais estradas.
Grande abraço.
Lúcia Júlia